quinta-feira, 26 de junho de 2014

'' A Afinação do mundo''

Trabalho para disciplina de Percepção Musical
Professora: Kelly Furlanettos Arte-Educação 2º Ano
Aluna : Lucineli Reffatti Bahls
Resumo do texto retirado do livro ''A Afinação do mundo''

I - As primeiras paisagens sonoras

As primeiras vozes que se ouviu desde muito tempo enquanto nada havia, eram os sons das águas. Quando estávamos dentro da barriga de nossa mãe era os sussurros da água que ouvíamos. Todos os caminhos do homem o levam as águas. A água é o fundamento da paisagem sonora. Alguns sons são separados e outros contínuos, mas os sons das águas do mar se fundem, qualquer visitante da orla marítima achará inesquecível o recital das ondas. O mar é o som fundamental de todas as civilizações marítimas.
A água nunca morre, vive para sempre.  A água da chuva que desce pelos riachos e evapora se fazendo chuva novamente, são acordes doces de musica que descem as montanhas. Os rios do mundo falam suas próprias linguagens. A água nunca morre, e o homem sábio se rejubila com ela.
A geografia e o clima oferecem sons fundamentais nativos a paisagem sonora, o gelo e a neve são afinados pela temperatura. Da mesma forma que os povos marítimos tem sua linguagem de acordo com o som das águas, os povos nórdicos em temperaturas abaixo de zero também desenvolvem sua linguagem a partir dos sons do gelo e do clima frio.
Assim como a água, também o vento entre os antigos foi divinizado. O vento e o mar ofere  cem muitas  variações vocálicas, pois o vento se apodera fortemente dos nossos ouvidos. A paisagem sonora está em toda parte, cada floresta cada folha tem um som diferente, antes as florestas tinham sons peculiares de seus moradores , depois vieram o sons dos lenhadores com seus machados e o barulho de madeira caindo passou a fazer parte da paisagem sonora, bem mais tarde as serras elétricas ecoam pelas florestas da América do norte. Quando o homem sente medo por um ambiente desconhecido, inexplorado o seu corpo inteiro se converte em ouvido.
O que é o som de uma árvore caindo na mata se não tiver ninguém para ouvir? Pergunta um aluno de filosofia. Na verdade a árvore que cai pode produzir o som que quiser.
Nos tempos primórdios qualquer coisa que acontecia tinha sua explicação em milagres, tempestades  e terremotos estremeciam a terra, e o homem queria sair ileso as forças da natureza.
Trovões e raios estão entre os sons da natureza que mais assustam, os sons que produzem são de grande intensidade e cobrem uma extensão extrema de frequências.
Cada paisagem natural tem seu próprio  som que constituem marcos sonoros, os vulcões da Islândia são um exemplo disso.
 Mesmo onde não há vida pode se ouvir som, como nos campos de gelo do Norte, também não há silêncio debaixo da superfície da terra.
Não sabemos se na criação do universo tinha som ou silêncio, mas os profetas usaram de imaginação para determinar que o fim do mundo será com um forte estrondo, como jamais se ouviu igual. O que se sabe é que na terra o som mais forte que já foi ouvido, foi a explosão da caldeira de Krakatoa  na Indonésia, onde a 4.500Km o estrondo pode ser ouvido.
É difícil para um ser humano imaginar um som apocalíptico, mas também é difícil imaginar um silêncio definitivo.

II-  Os sons da vida

A linguagem do canto dos pássaros tem sido tema de muitos estudos, seja como for, nenhum som da natureza tem tanta ligação afetiva com o ser humano como a vocalização dos pássaros. Assim como existem várias espécies de pássaros, há também sonoridades vocais infinitas, algumas fortes como o canto da curruíra, seu canto deixa uma forte sensação nos ouvidos.
Outros pássaros podem dominar as paisagens pela quantidade, como a araponga, por exemplo, com seu som de sino ecoando sempre.
A vocalização dos pássaros tem sido muito estudada em termos musicais.
Apesar dessa similidade com a música, os pássaros cantam para eles mesmos, e mesmo que o homem tente decifrar seus códigos isto é o que menos importa, pois os pássaros são o que são.
Cada canto da terra tem sua própria sinfonia de pássaros, tão característico quanto a língua dos homens. Em Paris, nas pastagens, em todos os cantos da terra há uma polifonia de canto, e de todos os tipos, como já foi pesquisado tipos e  funções do canto dos pássaros.
Os pássaros podem ser reconhecidos pelo barulho que fazem ao voar, alguns pássaros porém tem asas furtivas, as corujas voam em silêncio.
Os sons mais irritantes que o homem conhece são deles, os insetos. O pernilongo, as moscas, as vespas, as abelhas são facilmente reconhecidos pelo seu zumbido peculiar. Mas um apicultor conhece bem o som que as abelhas fazem, por exemplo, quando a colmeia sem a rainha está morrendo o apicultor sabe.
Existem vários sons que os insetos podem produzir. Com o bater das asas as moscas e zangões,  as térmitas que batem no chão produzem um som em uníssono, tem as cigarras que possuem o som mais ruidoso.
Quando se tornam parte do calendário dos fazendeiros tanto insetos como os pássaros, evidenciam-se na paisagem sonora.
As frequências que os insetos emitem estão entre 25 e 67 decibéis, mas o ouvido humano é sensível e consegue ouvir sons de tessitura média e alta.
Para nossos propósitos, contudo, uma simples impressão geral do som dos insetos é suficiente.
Não é o nosso propósito aqui catalogar todos os sons da natureza, estudaremos alguns que estão entre os mais conhecidos. Existem alguns peixes que possuem sons extremamente fortes e únicos.
O canto das baleias tem sido recentemente estudado, o canto da baleia jubarte pode ser estudado com parâmetros musicais. Muitos crustáceos também emitem sons.
Nos pântanos de muitas partes do mundo se ouvem canto de sapos e rãs.
Podemos dizer que é impossível examinar todos os sons produzidos pelos animais.
Os carnívoros produzem sons de maior tessitura, sibilar e fungar é o som que a maioria dos felinos produz, o uivo dos lobos é isolado e persistente.
Os sons produzidos pelos primatas, divertem o homem, com gritos,  renhidos e grunhidos, sendo que alguns são bastante fortes.
Todos os sons de animais que vimos até agora nos mostra o quanto a variedade de sons há na natureza e na fauna, vimos que todos os sons tem na sua maioria relação com acasalamento, comunicação, alimentação e sons sociais.
Não podemos ter dúvidas de que a língua dança e está até hoje dançando com a paisagem sonora, a onomatopeia nos remete a paisagem sonora.
Algum dia a linguística irá investigar as mais primevas imitações humanas, e poderíamos acrescentar muitas palavras interessantes como, por exemplo, o som que o espirro faz, porém, a paisagem sonora é demasiado complexa para ser produzida pela fala humana.

III-   A paisagem sonora rural

O sistema hi-fi é aquele que tem um som, ruído/favorável, a paisagem sonora hi-fi  é aquela em que os sons separados podem ser claramente ouvidos em razão do baixo nível de ruído ambiental. Na paisagem sonora bi-fi  os sons se sobrepõe menos frequentemente.
De um modo geral os pastos eram bem mais silenciosos do que na fazenda. Os pastores tocavam flautas e se alegravam juntos, na paisagem saliente do campo, os sons suaves da flauta emitem sons miraculosos.
Um tipo bem diferente de paisagem sonora é o som das caçadas,  chamados breves que tem a finalidade de animar os cães de caça, uma fanfarra especial para cada animal,  canções ornamentadas para iniciar ou finalizar uma caçada.
A trompa de caça nos oferece uma riqueza semântica, pensemos neste som da trompa como um som arquétipo.
É outro som de característica semelhante, empregava um código específico para indicar diversos tipos de correspondência bastante usados na Inglaterra no séc. IXX anunciavam toques de chegada e partidas ou perigos.
Assim todo o simbolismo da trompa de posta funcionava diferente do da trompa de caça.
Comparada à paisagem sonora dos pastos a paisagem da fazenda fornece um turbilhão de atividades sonoras, começando com cada animal que tem seu próprio ritmo ao acordar e ao repousar.
Alguns sons são pesados, como os cascos dos animais do campo, e outros leve como o bater da manteiga.
O som de acordes profundos emitidos pela chaminé,  enfim os sons da fazenda são de maneira geral únicos em seu contexto e podemos defini-los como sons regulares.
A paisagem rural era silenciosa antes da guerra e das religiões.  O som da guerra era metal e ferro, e o que quero mostrar com isso é que embora a paisagem sonora natural fosse silenciosa, era deliberadamente interrompida pelos ruídos aberrantes da guerra.
Outra ocasião para o ruído era a celebração religiosa, reunindo  seus instrumentos, o homem tentava chegar ao ouvido de Deus.
O mundo profano era quieto, silencioso, mas na festa da primavera uma festa religiosa foram escutados os sons mais altos e fortes durante as celebrações e danças.
Para cristandade o divino era sinalizado pelo sino da igreja. Comparado as espetaculares celebrações da guerra e da religião, a vida rural, ou mesmo a cidade pequena  era tranquilo.

IV- Do vilarejo a cidade

O sinal da igreja cristã mais significativa é o som do sino. Foi durante o séc. XIV que o sino se uniu a uma invenção técnica, de grande significado para civilização europeia: o relógio mecânico. Juntos eles se tornaram os sinais mais inevitáveis da paisagem sonora porque, como o sino da igreja,  e mesmo com a mais implacável pontualidade, o relógio mede a passagem do tempo de forma audível.
Antes da revolução industrial o trabalho estava associado a canção, o trabalho industrial matou o canto.
Depois que a música arte entra para ambientes fechados, a musica de rua passou a ser desprezada.

V- A revolução industrial

A paisagem sonora lo-fi foi introduzida pela revolução industrial, e surge como um congestionamento do som.
Hoje o mundo sofre com esta superpopulação de sons. A indústria têxtil foi a primeira, depois vieram muitas outras.
Por volta de 1864, os vilarejos franceses pululavam de fábricas. No início do sec. XX os sons da tecnologia se se tornaram aceitáveis para os ouvidos urbanos e finalmente os ruídos das máquinas passaram a intoxicar o homem.
A paisagem sonora tanto na paisagem quanto no campo, foi sendo transfigurada durante os sec. XVIII e XIX. O único momento em que as máquinas eram paradas era para impressionar os visitantes da fábricas.
Durante a primeira fase da revolução industrial, a incapacidade de reconhecer os ruídos é um dos fatos mais estranhos da percepção auditiva. O ruído sagrado passou para o mundo profano.
Quando o poder do som é suficiente para criar um amplo perfil acústico, podemos considerá-lo imperialista. O aumento da intensidade da potência dos som, é a característica mais marcante da paisagem sonora industrializada.
A linha contínua é outro efeito da industrialização, quando os sons são projetados visualmente em um registro gráfico. A linha contínua no som surge como um desejo de velocidade.
De todos os sons trazidos pela revolução industrial o dos trens com o passar dos anos, se tornou puro saudosismo em comparação com os sons dos transportes modernos, os dos trens eram ricos e característicos.
A máquina de combustão fornece hoje, o som fundamental da civilização contemporânea, um volume de água é misturado a uma carga de  carvão para dar energia.
Para o homem contemporâneo urbano, metade da força descritiva da poesia se perdeu, e o mesmo está acontecendo com a paisagem sonora, em que os sons da natureza estão se perdendo.
Em vez de se buscar soluções para o ruído do tráfego aéreo, as linhas tem deixado cada vez mais o ouvido surdo.
O ruído tecnológico é alvo de crescente oposição e um número cada vez maior deste tipo de ruído está sendo combatido pela legislação relativa a redução de ruídos.

VI-  A revolução elétrica

A revolução elétrica ampliou muitos dos temas da revolução industrial e acrescentou alguns novos efeitos. Duas novas técnicas foram introduzidas, a do empacotamento e estocagem do som, e a do afastamento dos sons do contexto original.
Um dos primeiros produtos da revolução elétrica, o telégrafo involuntariamente traumatizou a contradição entre som separado e som com contorno definido.
Os três mecanismos mais revolucionários da revolução elétrica foram: o telefone, o fonógrafo e o rádio.
No principio todos os sons eram originais. Desde a invenção do equipamento eletroacústico para transmissão e estocagem do som,  qualquer um deles por minúsculo que seja, pode ser movimentado e transportado através do mundo ou estocado em fita ou disco para as gerações futuras.
A dominação da vida moderna pelo rádio, não passou a ser notada; mas, enquanto à oposição à revolução industrial, tinha vindo das classes trabalhadoras que receavam a perda de seus empregos, os principais oponentes do rádio e do fonógrafo foram os intelectuais.
O rádio introduziu a paisagem sonora surrealista,  mas outros recursos eletroacústicos tem influenciado sua aceitação.
As paredes existem para delimitar espaços físicos e acústicos, para isolar áreas privadas visualmente e para impedir interferências acústicas.
O Moozah começa com um grande motivo de paraíso orquestrado, mas termina sempre como fluido perfumado do fastio terrestre. O Moozah  foi resultado do abuso do rádio.
Na música diatônica ou modal, é a nota fundamental do modo ou da escala  que põe todos os outros sons em relação.
A Revolução Elétrica, desse modo, deu-nos novos centros tonais de primeira unidade  em relação aos quais todos os outros sons agora equilibrados.

VII-  Música, paisagem sonora e mudanças na percepção

A música forma o melhor registro permanente de sons do passado. A música pode pertencer a duas espécies: absoluta e programática. N música absoluta, os compositores modelam paisagens sonoras ideais da mente. A música programática é imitativa do ambiente.
O imperialismo da música do séc. XIX atingiu seu ápice nas orquestras de Wagner e Berlioz.
Quando a orquestra continuou a se expandir durante o séc. XX, basicamente se acrescentaram instrumentos de percussão.
Naquele tempo a música ainda era algo para ser apreciado.
No decorrer da história da produção de sons,  a música e o ambiente tem legado  numerosos efeitos um ao outro, e a era moderna nos fornece exemplos notáveis.
O amplificador substituiu a orquestra como a última arte para a dominação do espaço acústico.
Falamos do espaço acústico quando em um gráfico,  representamos intensidade e frequência. O tempo é a terceira dimensão para este espaço.
A ênfase dos efeitos graves na música popular contemporânea tem seu paralelo nos sons ambientais de baixa frequência e talvez tenha mesmo recebido estímulo do aumento generalizados desses sons.
Outro tipo de audição é produzido nos concertos, nos quais a distância e a direcional idade estão ausentes, isto é,  os de muitas músicas contemporâneas e populares,  assim como o dos aparelhos estereofônicos nas salas de estar.
A notação é uma tentativa de substituir fatos auditivos por fatos visuais. Já temos duas técnicas descritivas à nossa disposição: podemos falar a respeito dos sons ou podemos desenhá-los.
É importante perceber que os dois primeiros sistemas, são descritivos- eles descrevem sons que já ocorreram,  enquanto a notação musical normalmente é descritiva,  ela dá uma receita para que os sons sejam produzidos.
A notação musical foi a primeira tentativa sistemática de fixar outros sons além dos da fala, e seu desenvolvimento ocorreu gradualmente, por um longo período que se estende desde a Idade Média até o séc. XIX.








sábado, 24 de maio de 2014

terça-feira, 6 de maio de 2014

DAN«A E DIFEREN«A: MARCAS DO CORPO NA FORMA«ÃO DE PROFES ORES / Ida Mara Freire


A experiÍncia do corpo vivido e a experiÍncia do pensamento
O que È fenomenologia? O que È o pensar? Como pos o ver uma coisa que se pıe a me
ver? Es as indagaÁıes partiram-se das obras de Edmund Hus erl, Han ah Arendt e
Maurice Merleau-Ponty, e foram propostas com o intuito de exemplificar o estilo
fenomenolÛgico. Os textos examinados aqui descrevem a experiÍncia do pensamento de
cada autor. Se Hus erl explicita a experiÍncia origin·ria, Arendt, nos descreve a
experiÍncia do pensamento, com Merleau-Ponty despertamos para a experiÍncia do corpo
vivido. Es as experiÍncias apresentam um modo de especificamente humano de mostrar
que estamos vivos, e como Arendt (19 3) nos recomenda, neces itamos nos reconcil ar
com um mundo em que nascemos como estranhos e no qual permaneceremos como
estranho em nos a inconfundÌvel singularidade ...

Atitudes de Professores em Relação à Educação Inclusiva





Este texto se trata de uma pesquisa referente a atitude dos professores perante a inclusão.